Crônicas de um Homem Morto

19 agosto 2010

Ledo Engano - Part XIV

Ela veio em minha direção e, com uma confiança que parecia inabalável, começou a dizer palavras que, a cada frase, pareciam mais desconexas da realidade.

A todo o momento, ela buscava a confirmação, tanto minha como de si própria, para assim, continuar a falar. As palavras ganhavam mais espaço entre elas, como se quisessem desistir.

Já seu corpo se fechava, os braços não acompanhavam o raciocínio, sendo intermitentes nos movimentos, como se, por alguns instantes, ela se esquecesse de dedicar-lhes atenção.

Consenti com tudo o que ela dizia. Afinal, quem sou eu para negar a uma pessoa o direito de se enganar?

1 comentários:

Juliana A. disse...

Não se deve mesmo negar a ninguém o direito de se enganar, mas alimentar o engano alheio é um erro cruel que, infelizmente, todos nós acabamos cometendo, seja por amor, por pena ou pelo simples prazer sádico de ver alguém falhar.